quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

E Os Pobres Bacharéis?

Estive pesquisando sobre as atribuições de um Bacharel em Direito e me deparei com inúmeros artigos cheios de um sentimento-ruim-não-identificado (SRNI). Sério, li coisas do tipo “Bacharéis em Direito não são advogados nem estagiários, são nada profissionalmente”, ou ainda que constitui crime de contravenção assinar peças em conjunto com advogados.
Lógico que tais argumentos partem de presidentes ou ex-presidentes, conselheiro ou ex, integrante de comissão ou ex, todos ligados (ou des) à OAB.
Não me alongarei no assunto. Não costumo discutir absurdos como essa exigência à submissão ao Exame de Ordem, mas é que tal medida ainda me faz rir, tamanha é a afronta a qualquer direito adquirido por homens e mulheres, que, heroicamente, cursaram 5 anos de uma Faculdade.
A desculpa é que essa bendita prova visa melhorar a qualidade dos profissionais advogados, uma vez que as faculdades continuam piorando a cada dia e “cuspindo” todos os anos milhares de bacharéis despreparados.
Vamos aos pontos:
1. Alguém já se perguntou se é de competência da Ordem dos Advogados do Brasil tomar tal medida?
2. Alguém já percebeu que estão querendo combater o erro depois que ele foi “concluído”?
3. Alguém já entendeu o motivo de a Ordem dos Advogados do Brasil não combater a criação indiscriminada dos Cursos Jurídicos em todo o Brasil?
4. Alguém já conseguiu mesmo entender a lógica dessa prova e aceitar o fato de ela ser feita pra reprovar, e não para atestar capacidade?
5. Alguém pode responder até quando vamos ter de presenciar essa sucessão de erros cometidos tanto pelo MEC quanto pela Ordem dos Advogados do Brasil?
6. Alguém entende o orgulho da Ordem dos Advogados do Brasil em divulgar que 90% dos que fazem o exame não logram êxito?
7. Alguém sabe por onde anda o Marcos Valério ou se o Duda Mendonça ainda freqüenta rinha de galo?
Só podem estar brincando.
Foram apenas 6 de milhares de argumentos que atestam a existência vã dessa prova. Ou será que a Ordem dos Advogados do Brasil não quer perder o rio de dinheiro gerado por milhares de pessoas que se sentem pressionadas por si, pela família e pela sociedade a prestar o exame em discussão?
Antes de se pôr à mesa leis, tantas quantas existirem, o que é típico de juristas bitolados à existência de dispositivos legais que, se brincar, disciplinam até suas vidas pessoais, temos que conduzir o tema no âmbito da moral social, da ética profissional e da primazia por situações coerentes e justas, independente de instrumentos normativos.
Ainda bem que não preciso passar no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil para exercer o direto de expressar minha opinião, pois fazê-lo, por enquanto, não é ato exclusivo dos advogados.
E nós, pobres Bacharéis, marginalizados na sociedade anojosa dos Advogados.