sábado, 27 de setembro de 2008

Natureza Morta

Aqui na Europa uma frase corre solta entre os brasileiros: “Quem falou que a mulher mais bonita do mundo é a brasileira não viajou”.

Eu completei a frase de maneira cômica: “Essa pessoa não tinha sequer passaporte”.

Mas, depois de certo tempo e convívio com essas pessoas, e aqui me refiro às mulheres, se entende perfeitamente o que o poeta quis dizer. Vos farei compreender.

O conceito de beleza da mulher cotidiana não está exclusivamente relacionado ao estético, mas, também, ao interno.

Sem dúvidas, alemãs, tchecas, polonesas e suecas são muito mais bonitas do que qualquer brasileira típica (essa é apenas a minha opinião), mas, olhá-las é como olhar um jardim de lindas flores... artificiais!

Aqui eu me utilizo do conceito alemão para o que chamamos de flores artificiais. Aqui eles chamam essas flores de natureza morta, pois, obviamente, elas não têm vida. Então, quando me refiro a artificial não estou falando de maquiagem, silicone ou outra coisa do cosmo, estou simplesmente dizendo que as mulheres não têm vida.

Não adianta ser linda, perfeita, a visão dos deuses (exagero típico de homem) e não ter uma expressão no rosto. Se pode vê-las no trem, na rua, num bar, onde for, e elas estão sempre de cara fechada e de braço cruzado com a cara de “não chegue perto de mim” que nenhum brasileiro jamais viu.

Assim eu compreendi o sábio homem que atribuiu a nós a maior das belezas femininas. A beleza perfeita faz o encontro do corpo com a alma e é muito melhor de olhar uma bela mulher com vida do que a “perfeição” morta.

Assim como na natureza, é bem melhor quando olhamos uma flor de verdade e suas imperfeições do que uma perfeita sem vida e sua existência (aparentemente) exuberante.

As brasileiras são as mulheres mais bonitas do mundo sim, e mordi a minha língua ao pensar o contrário, as daqui, por outro lado, não passam de natureza morta.

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