quarta-feira, 1 de outubro de 2008

As Estações do Ano para Além dos Desfiles de Moda

Estamos no outono aqui na Alemanha, e, pela primeira vez na vida, conheci as estações do ano. Tenho que confessar que é algo mágico de se ver, e perceber a cada dia a mudança da natureza.

Quando retornei pra cá em março estava no fim do inverno. As árvores não tinham folhas, pareciam mortas, os pássaros ainda não tinham voltado, qualquer 15 minutos fora de casa eram suficientes para deixar suas mãos dormentes por causa do frio, mas, se tinha a impressão de que o mundo estava pra nascer.

Assim aconteceu em abril. As árvores renasceram verdes, mas tão verdes que pareciam que a luz do dia vinha dali. Os pássaros, as flores, os jardins, os parques, tudo voltou a ser belo. As crianças brincavam e meio que comemoravam mais um ciclo que se iniciava. As pessoas também se alegravam, mas, mais pelo que estava por vir do que pelo que ali presenciavam. O mais incrível é que tudo parece acontecer em dois ou três dias. De repente, tudo está novamente verde.

Então, o sonho de todas as pessoas que moram aqui: O Verão. O famoso verão europeu é uma coisa engraçada. A temperatura é ótima, as pessoas se “bronzeiam” onde podem (jardins, parques, praias privadas, em todo lugar) e nós, brasileiros, nos sentimos um pouco em casa. A temperatura sempre em 24/25 graus e não baixa muito à noite. Ai ai, o verão europeu.

Daí, a temperatura começa a cair... a cair... a cair, oh, não! Acabou o verão e quem está batendo a porta agora é o outono. Mas, que fenômeno lindo de presenciar. Folhas amarelas, vermelhas e descoloridas formam um lindo e interminável tapete pelas ruas. É hora de dizer tchau também aos pássaros, animais, como o esquilo, e as árvores na sua forma deslumbrante. O frio começa também a fechar a cara das pessoas, que até então viviam feliz para sempre com o sol e suas ótimas temperaturas. O tempo difícil se aproxima e a antiga Prússia será gelada e sem vida pelos próximos 6 meses.

As pessoas me perguntam se estou com medo do inverno, pois ainda não o conheço. Não sobre medo, medo de verdade, mas, sobre a expectativa de ser praticamente impossível de se fazer algo fora de casa e de se ver cercado por neve, muita neve.

Bem, digo que só tenho medo de quem está vivo, e que sobreviverei sim, pra contar, no próximo ano, como é conhecer “na pele” o inverno alemão.

Passei por tantas, por tantos, por quantos, que a escuridão do mundo já nem me mete mais medo, pois da solidão que nela habita tiro a calma para seguir lutando, como se nada estivesse acontecendo.

Quanto a experiências antigas com as estações do ano, tenho de admitir que, e quem mora em outras regiões que perdoem a “ignorância”, pra mim, primavera/verão e outono/inverno eram a troca de coleção nas lojas de roupas, no mais, um pouco mais quente em janeiro (verão) e um pouco menos quente em julho (inverno). Como me sinto agora que as conheci mesmo? Sinto-me no desenho do Pato Donald.

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